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sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Polícia indiana assume controle de hotel e liberta reféns,Terrorismo, mundo,
Polícia indiana assume controle de hotel e liberta reféns
Dois extremistas são mortos em ação que libertou 93 reféns; combates continuam.
A polícia indiana assumiu o controle sobre o Oberoi-Trident, um dos hotéis de luxo tomados por extremistas armados em Mumbai, na Índia, na quarta-feira.
O chefe de Segurança do país, J.K.Ditt. disse que forças especiais invadiram o hotel e mataram dois militantes. A polícia encontrou 24 corpos no hotel, pouco depois de libertar 93 pessoas detidas no local, entre hóspedes e funcionários.
As forças de segurança continuam enfrentando militantes em outro hotel, o Taj Mahal, e em um centro judaico. Em ambos, ainda há reféns.
No Taj Mahal foram ouvidas explosões e tiros, e vários contingentes de reforços foram vistos chegando ao local.
Centro judaico
Nas primerias horas desta sexta-feira, forças de segurança invadiram o centro judaico de Mumbai onde extremistas mantêm um número desconhecido de reféns.
Imagens da TV indiana mostraram soldados descendo por meio de cordas de um helicóptero que sobrevoava o local e oficiais se aproximando por terra do escritório do centro judaico Chabad Lubavitch.
Segundo o correspondente da BBC David Loyn, os soldados inicialmente atiraram bombas de fumaça para confundir os extremistas que mantêm os reféns no prédio.
Horas antes, uma mulher e uma criança saíram do local, mas ainda não está claro se elas foram libertadas pelos militantes ou se conseguiram escapar.
A criança foi identificada como o filho de dois anos de idade do rabino Gavriel Noach Holzberg, líder da comunidade.
O centro judaico está localizado no complexo comercial e residencial de Nariman, no sul de Mumbai.
Na noite da última quarta-feira, homens armados lançaram ataques em pelo menos sete locais diferentes da cidade indiana, matando pelo menos 130 pessoas e deixando cerca de 300 feridos.
Usando armas automáticas e granadas, os extremistas atacaram, além do centro judaico, dois hotéis, a principal estação ferroviária da cidade, um hospital e um restaurante freqüentado por turistas.
Hotéis
Membros do Exército indiano afirmaram na manhã desta sexta-feira estarem perto de tomar o controle do hotel Oberoi Trident, de onde 30 pessoas que ainda eram mantidas como reféns foram libertadas.
Enquanto isso as forças de segurança continuam vasculhando os quartos do hotel Taj Mahal Palace.
Segundo um oficial do exército, praticamente todos os hóspedes e funcionários foram retirados do local e a operação "deve ser finalizada nas próximas horas".
A Marinha indiana também estaria realizando buscas em navios da costa oeste do país devido à suspeita de que os autores dos ataques chegaram a Mumbai por barco.
Dois barcos paquistaneses teriam sido apreendidos e a tripulação interrogada.
Al-Qaeda
A polícia disse que seis estrangeiros morreram nos ataques em Mumbai, além de cinco extremistas. Nove suspeitos de envolvimento nos ataques teriam sido presos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, entre os mortos está um cidadão britânico. Informações dão conta de que, entre os estrangeiros mortos nos ataques, estariam também um alemão, um japonês e um italiano.
Não há informações sobre a presença de brasileiros entre as vítimas ou entre as pessoas mantidas reféns nos hotéis, segundo o vice-cônsul do Brasil em Mumbai, Chateaubriand Chapot Neto.
"Entramos em contato com as administrações dos dois hotéis e eles afirmaram que não havia nenhum brasileiro registrado lá no dia dos ataques. Também não recebemos notícias de que brasileiros possam estar entre as vítimas ou reféns", disse Chapot à BBC Brasil nas primeiras horas desta sexta-feira.
Conexão islâmica
Além do Brasil, vários governos estrangeiros lamentaram os ataques e manifestaram disposição em ajudar o governo indiano.
Relatos de testemunhas sugerem que os homens armados estavam buscando hóspedes dos hotéis com passaportes britânico ou americano.
O correspondente da BBC para assuntos de segurança, Frank Gardner, diz que, se esses relatos se confirmarem, pode haver uma conexão islâmica nos ataques.
Um grupo previamente desconhecido, que se apresentou como Deccan Mujahideen, reivindicou a autoria dos ataques.
Gardner afirma que um outro grupo pode ter se apresentado com esse nome ou que a reivindicação da autoria pode ser um truque.
Nos últimos meses, diversas cidades indianas foram alvo de ataques a bomba que deixaram dezenas de mortos. A polícia relacionou a maioria dos ataques a militantes islâmicos. Extremistas hindus também foram presos.
Singh e Paquistão
O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, prometeu nesta quinta-feira adotar "quaisquer medidas que sejam necessárias" para encontrar os responsáveis pelos ataques em Mumbai.
Singh, em um pronunciamento transmitido pela televisão, disse que os ataques foram "bem planejados e bem orquestrados" e "procuraram causar pânico ao visar alvos de grande destaque e matar estrangeiros de forma indiscriminada".
O primeiro-ministro afirmou ainda que os responsáveis são "de fora do país" e foram à Índia "com a determinação de criar caos na capital comercial do país".
Ele também alertou que a Índia não irá tolerar que extremistas usem países vizinhos como base para lançar ataques contra alvos indianos.
Singh não citou nenhum país especificamente, mas o ministro da Defesa paquistanês, Ahmed Mukhtar, negou que seu país tenha tido qualquer participação nos ataques.
Em julho de 2006, Mumbai foi alvo de uma série de ataques coordenados que deixou quase 190 mortos e mais de 700 feridos.
Na ocasião, a polícia indiana acusou a agência de inteligência do Paquistão de estar por trás do planejamento dos ataques de 2006, executados por militantes islâmicos. O Paquistão negou as alegações.
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